23 de mar. de 2015

Resenha: Whiplash

Whiplash


Dos filmes dessa nova leva, de longe Whiplash é o meu favorito. Se eu tivesse que descrevê-lo em apenas uma palavra, essa palavra seria “visceral”.


Em termos de história e estrutura narrativa, ele não tem nada de muito novo. É aquela velha obsessão pela perfeição que muitas vezes cai no lugar-comum: a devoção, a prática repetitiva, o aperfeiçoamento, a competição, as privações e a obsessão.


Porém, grande parte por causa de brilhante atuação de J. K. Simons (que vendeu o Oscar de melhor coadjuvante por esse filme), é um filme que leva você ao mais alto grau de tensão durante o tempo todo. Sua intensidade é impressionante: nós vibramos junto com o personagem, entramos dentro da sua busca pela afirmação de ser um gênio da música, conseguimos compreender seus dramas familiares e os elementos que compõem sua complexidade.

15 de mar. de 2015

Resenha: Birdman #cinema

Birdman

Favorito ao Oscar, Birdman cumpriu a previsão e faturou a estatueta de melhor filme. E não foi à toa.


Confesso que, dos concorrentes, não era meu filme favorito, porém não consigo discordar da premiação. Explico: o filme é simplesmente maravilhoso, muito bem escrito e dirigido, além do elenco ter credenciais de sobra.


O drama em si não é novo: Michael Keaton vive um ator decadente que resolve estrelar uma peça na Broadway como uma tentativa de recuperar sua carreira e se afirmar como bom ator. Tudo porque seu sucesso do passado não foi lá por uma brilhante atuação, e sim por ter vestido o uniforme de um super-herói nas telinhas. No caso, o Birdman.

4 de mar. de 2015

Pic Nic no jardim: Il Pastaio

Dolce far niente: o prazer de não se fazer nada, recarregar energias, se permitir a contemplação da vida, sorrir sem motivo porque neste momento você é fiel a você mesma.

Adoooooro este termo. Na verdade, este é um modo de vida apregoado pelos italianos. É aquele momento em que você deixa de cumprir agendas para fazer aquilo que te dá prazer, de preferência não fazendo nada. Sou italiana, mas ainda estou caminhando para esta arte. No mundo em que vivemos, na vida em que nos colocam - e também nos colocamos - isso é quase que um pecado. Por isso, estes dias eu resolvi pecar.

No meio da Avenida Paulista, existe um lugar chamado Casa das Rosas. Eu sei que vocês conhecem, que já devem ter visto alguma de suas exposições incríveis ou participado de seus encontros literários. O fato é que lá tem um lugar perfeito para se praticar o Dolce. Numa destas minhas segundas de folga, eu meio que fugi do mundo e fui pra lá. Naquele dia, pensei assim: Hoje eu quero comer bem, num lugar legal, enquanto a vida tá passando aqui do lado. E o fiz.


Il Pastaio - casa das rosas



O Il Pastaio fica no meio do jardim, onde os passarinhos cantam, as pessoas se largam em seus bancos usando ternos e tomando café. E tem tipo uma armação de materiais reutilizados que foi no lugar em que eu sentei e vi a vida passar.


Il Pastaio - casa das rosas



Eles possuem um cardápio com opções de salgados, saladas, pastas, risottos e tem também a sugestão do chef para um determinado dia. E como eu estava na vibe de não pensar muito, optei pelos conselhos dele. Eu escolhi o St. Peter na cama de banana da terra e um risotto de camarão com carambola. Não sei vocês, mas eu acredito que um bom risotto tem o poder de uma xícara grande de café com leite no quesito de acalentar a alma.

O prato estava incrível e conversava de uma forma perfeita. A carambola quebrando o salgado do camarão e finalizando naquele gostinho de vinho branco que se tempera a vida. E o peixe só fazia sentido se fosse provado com a banana. Neste momento, pensei em estar me tornando uma italiana de verdade. 


Il Pastaio - almoço na casa das rosas


Eu sei te dizer que toda esta brincadeira me custou em torno de R$ 50. Mas isto foi bem pouco em vista do prazer de não se fazer nada em um lugar bonito.


Il Pastaio

Av. Paulista, 37
Bela Vista - Zona Sul

São Paulo - SP 

nathalia triveloni - colaboradora do blog irei com doroty