15 de nov. de 2021

Filme "O Ninho": que raios de sociedade alternativa é esta?

filme o ninho il nido


O filme italiano destaca-se dos clichês do gênero e foca na atmosfera da história.

Filmes de suspense e terror tornaram-se uma espécie de “comédia romântica às avessas”, com fórmulas fáceis e previsíveis. Há ainda alguns que beiram respeito à inteligência do público, mas pecam em alguns furos de roteiro (como “Hereditário”), mas “O Ninho”, escrito e dirigido por Roberto De Feo, consegue se destacar ao entregar mistério e atmosfera densa com alguma profundidade.


No filme, tudo é esquisito de alguma forma: a tirania da mãe, que parece desempenhar este papel à contragosto; a subserviência dos empregados que compactuam com tudo mesmo sem concordar; o comportamento submisso dos membros da família; elementos cotidianos que remetem a diversas épocas, tornando impossível determinar em que período da história este filme se passa.


filme o ninho il nido

Durante todo o filme nos questionamos: “que raios de sociedade alternativa é esta” e também “mas por que as pessoas sujeitam-se a isto”. Mas, se deixarmos isso tudo de lado, também podemos analisar uma camada mais profunda do filme que diz respeito ao comportamento superprotetor da mãe. Sob este ponto de vida, “O Ninho” assemelha-se mais a um drama do que propriamente a um terror.


A ruptura na rotina da família acontece com a chegada de um novo elemento: Denise (Ginevra Francesconi ). Também não fica muito claro o porquê da sua estadia no “ninho” ser aceita (também a contragosto), mas vemos que sua chegada acaba por ser um elemento importante para desestabilizar a frágil relação entre o menino paraplégico, Samuel (Justin Alexander Korovkin) e sua mãe, Elena (Francesca Cavallin).


Apesar de ser um filme focado mais no aspecto do terror psicológico, é bom ressaltar que em “O Ninho” há alguma violência em algumas cenas de morte e tortura, retratada em alguns momentos de forma mais artística e subjetiva e, em outras, de maneira mais crua.


Certamente foi um filme que me surpreendeu positivamente, mas vale o aviso de que o trailer dá a entender que o filme é muito mais dinâmico e cheio de sustos. É apenas uma questão de gerir as expectativas: na minha opinião, não é uma história que vai dar sustos de pular a cadeira, mas “O Ninho” consegue trazer na sua história surpresas que valem muito mais do que os truques baratos do gênero.




O suspense NINHO (Il Nido) fez parte da seleção oficial em competição do Sitges de 2019, um dos maiores festivais de cinema fantástico do mundo e foi indicado ao prêmio de melhor longa-metragem. Além disso, o filme também foi indicado ao prêmio Fita de Prata de Melhor Diretor Estreante de 2020 (Sindicato Nacional de Jornalistas de Cinema da Itália) e indicado ao Grande Prêmio Variety Piazza do Festival de Locarno de 2019.

O filme estreou no dia 11 de Novembro nos cinemas brasileiros.



11 de nov. de 2021

RGBlack - Novas perspectivas para retratar toda a grandeza da beleza negra

rgblack

"A tecnologia de filmes não foi criada para captar todos os tipos de peles e, por muitos anos, a pele branca se tornou a base para calibrar as cores das máquinas fotográficas por meio do "cartão Shirley", tudo com o objetivo de atender às necessidades do mercado-alvo dominante da época. Do analógico, o padrão seguiu sendo repetido por novas tecnologias e algoritmos.


rgblack




O movimento RGBLACK© nasce para romper com essas regras e mudar a perspectiva de quem está atrás das câmeras, mostrando que é possível superar a tecnologia criada para favorecer apenas um tipo de pele e retratar toda a grandeza da beleza negra utilizando princípios gerais de iluminação, maquiagem, colorimetria e outras."

Assista ao vídeo e conheça o movimento.

Pensando nisso, a área de Impacto da AKQA desenvolveu este projeto em parceria com a Pródigo Filmes, Juh Almeida, Luma Nascimento, Esthéfane Luz, Carol Romero, Welida Queen, Tatiane Ursulino, Vanessa Alves, Jéssica Pink, Larissa Isis e Mylena Saza para compartilharam seus conhecimentos e ajudar a romper com as lógicas racistas do mercado.

O projeto conta com cards de informação sobre iluminação, colometria, maquiagem e cabelos. Tudo pensando nos corpos negros.


rgblack

A tecnologia do filme colorido se desenvolveu com o que foi chamado de “cartão Shirley’’. Ao enviar um filme para a revelação, os técnicos de laboratório usavam a imagem de uma mulher branca para calibrar as cores das máquinas. Seu nome era Shirley. A Shirley, de pele clara e cabelos escuros, virou referência para garantir uma boa foto.

Outros cartões foram produzidos com mulheres, mas todos ficaram conhecidos como “cartões Shirley” e esse controle de qualidade se tornou o equilíbrio de cores da tecnologia digital.

Durante muitos anos, esse padrão impediu que a grandeza da beleza negra pudesse ser exaltada. As novas Shirleys se propõem a reconstruir ângulos que valorizam a diversidade de peles pretas."

rgblack

rgblack


rgblack

Para saber mais sobre o projeto clique aqui.