9 de jun. de 2020

Maria Angélica Àse nos convida a conhecer e escutar Lazzo Matumbi

Convidada do dia: Maria Angélica Àse, Educadora.

Lázaro Jeronimo Ferreira, um menino de 12 anos que acompanha sua mãe Nezinha, Minervina (mesmo nome de minha avó também baiana, já falecida) pelas casas no Samba de São João tocando prato, uma mulher forte e de referência musical na comunidade.


Lazzo Matumbi


Surge daí, de sua herança ancestral materna, o som, o ritmo e a voz forte de Lazzo Matumbi. Cantor  e compositor, conhecido nacionalmente e mundialmente como a voz da Bahia, hoje com mais de 30 anos de carreira. Lazzo é um dos grandes expoentes da MPB, que para mim significa, música preta brasileira, já que na sua essência as grandes inspirações e personalidades que deram origem a esse estilo musical eram e são artistas negros.

Nascido no bairro Garibaldo, em Salvador, teve como referência musical o Soul do Garcia e o som do Candomblé de mãe menininha no alto do Gantoá. Além de influências que permeiam desde Wilson Simonal a Gilberto Gil e o Reggae.

Lazzo já foi integrante do grupo Ilê Aiyê, o mais antigo bloco afro do carnaval de Salvador, entre os anos de 78 e 80. Narra que naquela época conseguiram fazer uma revolução no carnaval, pois pasmem, os blocos não tinham espaço para os negros, sendo Salvador a capital com mais negros no Brasil. Lembra também  que o nome “Axé” é forte dentro da comunidade negra por conta da religiosidade e foi utilizado de forma deturpada para nomear o estilo conhecido hoje como “Axé music”, usavam o termo de maneira pejorativa como a música da negrada.

Escutem Lazzo Matumbi. Escutem em todos os sentidos seu ritmo, sua melodia e principalmente suas palavras. Essa trazem a força da música negra na cultura baiana e brasileira.

Deixo aqui um trecho da canção 14 de Maio, música de Lazzo Matumbi e Jorge Portugal:

“Será que deu pra entender a mensagem?
Se ligue no Ilê Aiyê
Se ligue no Ilê Aiyê
Agora que você me vê
Repare como é belo
Êh, nosso povo lindo
Repare que é o maior prazer
Bom pra mim, bom pra você
Estou de olho aberto
Olha moço, fique esperto
Que eu não sou menino” 






Um Salve a todos e a todas! Mojubá!

***



Texto de Maria Angélica Àse

Inventora e pesquisadora de jogos de tabuleiro com temáticas afrobrasileiras e indígenas.
Especialista em Jogos e brincadeiras afrobrasileiras e africanas pela UFSCar - Educação Física escolar. Brincante e educadora de crianças e jovens.


maria angélica àse


3 comentários:

  1. Gostei bastante do artigo de hoje, sempre estou aqui acompanhando seu blog. Tenho aprendido muitas coisas legais aqui.

    Beijos 😘.

    Meu Blog: Dica da Bruna S

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  2. Adoro essa música, é uma das minhas preferidas!

    Meu Blog: Trimania Cap Blog

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