Olá a todos. Sou Caio San, pai do Gael de 2 anos de idade, namorado da Rosario, host do podcast Refogado onde falo sobre comida e cozinha e, em última instância, diretor de arte e designer. Vivo no Chile há 6 anos e fui convidado para falar sobre racismo e sobre ser negro.
Minhas dicas serão em forma de uma narrativa onde espero que você saia do seu mundo comum, seja apresentado ao problema e reflita sobre o racismo estrutural
na sociedade e como ser anti-racista.
Dica 01 - Apresentação do problema na infância
- Documentário “Olhos Azuis” (Blue Eyed)
No dia 5 de abril de 1968, um dia após o assassinato de Martin Luther King, a professora primária Jane Elliot inconformada com o racismo da sociedade americana
na época, resolveu aplicar um experimento em seus alunos, todos brancos, os dividindo entre olhos azuis e olhos castanhos, dando uma braçadeira aos que tinham
olhos azuis e após isso, começou a dizer que as pessoas de olhos castanhos eram superiores, escrevendo MELANINA na lousa e explicando que o pigmento dos olhos conferia mais inteligência. Os resultados disso apareceram em poucas horas. E aqui você entenderá como funciona a dinâmica do racismo desde a infância.
Dica 02 - O problema estruturado e potenciado na adolescência
- Minissérie de 4 episódios “Olhos que Condenam” (Netflix)
Baseada em um caso real, ela mostra como a polícia e a justiça é cruelmente parcial ao perseguir, julgar e executar negros. Somado ao problema de origem que vimos em Blue Eyed, agora vemos 5 jovens injustamente condenados pelo estupro de uma mulher branca que corria no Central Park. Importante frisar que promotora que os condenou criou a narrativa do estupro e foi condecorada por isso na época, escreveu livros, participou de programas de televisão e só depois do lançamento do documentário que ela começou a sofrer as reações do seu crime de condenar sem provas. Ela é branca. E é importante pontuar que 5 pessoas ficaram presas por 13 anos injustamente, adolescentes na época. Produção e direção de Ava Duvernay, mulher, negra e multitalentosa que também dirigiu “Selma - Um sonho de liberdade”.
Dica 03 - Racismo estrutural e como as lutas funcionam
- Programa noticiário “Em Pauta” - Globo News
Dica 04 - Nossas fortalezas e por que é importante começar desde cedo
- Livro infantil Amora, de Emicida (Editora Companhia das Letrinhas)
A parte 4 é a final e representa o trabalho de base que tanto negros como brancos devemos fazer para vencer esse racismo estrutural e nesse livro curtinho
(que dei de presente pro Gael) Emicida fala de forma poética e com ilustrações muito bem feitas por Aldo Fabrini, sobre a importância de ser negro e a
relação das amoras com a sua filha, Estela, num passeio no jardim:
(que dei de presente pro Gael) Emicida fala de forma poética e com ilustrações muito bem feitas por Aldo Fabrini, sobre a importância de ser negro e a
relação das amoras com a sua filha, Estela, num passeio no jardim:
“Em um passeio com a pequena no pomar, explico que as pretinhas são o melhor que há. Amoras, penduradas a brilhar, quanto mais escuras, mais doces,
pode acreditar.” Ainda há esperanças. O problema é imenso e ele já nos tritura desde cedo e cresce junto conosco, muitas vezes não dando nem
a oportunidade de crescermos e se desenvolver (Agatha, João Pedro e agora Miguel, o menino de 5 anos que foi negligenciado pela chefe de sua mãe
e caiu do nono andar de seu edifício... 5 anos...). Se lutarmos juntos, vamos conseguir pelo menos mitigar o problema pra que as próximas gerações
sejam mais conscientes.
pode acreditar.” Ainda há esperanças. O problema é imenso e ele já nos tritura desde cedo e cresce junto conosco, muitas vezes não dando nem
a oportunidade de crescermos e se desenvolver (Agatha, João Pedro e agora Miguel, o menino de 5 anos que foi negligenciado pela chefe de sua mãe
e caiu do nono andar de seu edifício... 5 anos...). Se lutarmos juntos, vamos conseguir pelo menos mitigar o problema pra que as próximas gerações
sejam mais conscientes.
(versão animada)
Um abraço e até mais.
CaioSan
contato@refogadopodcast.com
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